O que faz e quanto ganha um social media político
- Gisele Meter

- 13 de jan. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de nov.

As redes sociais assumiram um papel muito importante na consolidação de imagens públicas, e o social media político deixou de ser um mero executor para se tornar uma peça-chave nesse tabuleiro.
Em um cenário de crescente fragmentação e com um eleitorado mais exigente, a atuação desse profissional evoluiu. Não basta mais gerenciar redes sociais; é preciso arquitetar a reputação digital de um político ou órgão público.
O social media político é o profissional que constrói as pontes entre a atividade parlamentar e o cidadão.
Ele desenvolve estratégias para comunicar projetos, define o tom da comunicação e opera todo o ciclo do marketing político, do planejamento à análise de resultados.
Contudo, as competências que definiam esse trabalho foram atualizadas.
A transformação do social media político: de operador a arquiteto de reputação
O ambiente digital de 2026 exigirá mais do que a produção de conteúdo. A comunicação política precisa ser ágil, analítica e conectada emocionalmente com um público disperso e, muitas vezes, cético.
Isso demanda um novo conjunto de habilidades que transcendem a criação de legendas e o agendamento de posts.
O profissional da área precisa, antes de tudo, compreender os fundamentos da política. Entender o funcionamento dos sistemas de poder e o dia a dia de um mandato é a base para criar qualquer estratégia de conteúdo coerente.
Sem esse conhecimento, a comunicação torna-se superficial e desconectada da realidade do político e de seu eleitorado.
Adicionalmente, o domínio sobre técnicas de criação de conteúdo e funis de conversão é mandatório.
O objetivo é guiar o seguidor em uma jornada, transformando-o de um observador passivo em um apoiador engajado. Isso envolve um profundo conhecimento dos mecanismos de cada rede social, que estão em constante evolução.
O arsenal de um estrategista digital: ferramentas e plataformas para 2026
As ferramentas que antes eram suficientes, como Trello e Canva em suas versões básicas, agora são apenas o ponto de partida.
A performance em 2026 dependerá de um arsenal tecnológico mais sofisticado, com destaque para a inteligência artificial.
Veja abaixo sugestões de ferramentas, lembrando que a melhor ferramenta é aquela que você sabe usar.
Categoria | Ferramentas recomendadas (2026) | Aplicação principal |
Criação e automação | Canva (Magic Design), CapCut, ChatGPT, Gemini, Claude. | Geração de artes, vídeos e textos com IA, otimizando o tempo de produção. |
Gestão e agendamento | Trello ou Notion (com IA), Mlabs | Organização de fluxos de trabalho, agendamento inteligente e análise de melhores horários para publicação. |
Análise e monitoramento | Manus, Perplexity AI, Google Alerts | Social listening, análise de sentimento em tempo real e pesquisa de tendências com fontes verificáveis. |
A nova hierarquia das redes sociais: dados e insights
Um estudo da Metricool, que analisou mais de 4 mil contas, revela um novo panorama para 2025. Não existe uma plataforma ideal, mas sim uma estratégia adequada para cada objetivo.
TikTok consolidou-se como o líder em crescimento orgânico. Com menos publicações, os perfis alcançam maior visualização, especialmente com vídeos que mostram bastidores e falas espontâneas. A métrica chave é o tempo de retenção.
Instagram, embora com alcance orgânico em queda, segue relevante para formatos como Reels e Carrosséis. Os horários de pico de engajamento situam-se entre 20h e 21h durante a semana.
Facebook mantém sua importância para campanhas de anúncio e para alcançar o público mais velho, que possui alta taxa de comparecimento às urnas. É um espaço útil para conteúdo denso e debates em grupos.
LinkedIn firmou-se como a rede para construção de autoridade. Carrosséis com conteúdo informativo e de opinião apresentam excelente desempenho, sendo o horário entre 8h e 10h o mais indicado para postagens.

A carreira em social media político: níveis, funções e remuneração
A profissão estrutura-se em diferentes níveis de senioridade, cada um com responsabilidades e remunerações distintas. A escolha do profissional adequado depende dos objetivos, do tempo disponível e da estrutura da equipe.
Veja abaixo a atuação, níveis de responsabilidades e remuneração:
Nível de atuação | Responsabilidades principais | Faixa salarial (referência 2025) |
|---|---|---|
Iniciante | Executa tarefas operacionais como agendamento, postagem e acompanhamento básico de métricas. | R$ 1.500 a R$ 3.500 |
Analista | Atua de forma tática, sugerindo pautas com base no monitoramento de cenários e na análise de dados. | R$ 3.500 a R$ 6.000 |
Estrategista | Lidera a estratégia digital, define a linha editorial, gerencia crises, coordena a equipe e toma decisões com base em análises complexas. | R$ 7.000 a R$ 12.000 |
Independentemente do nível, a organização é um pilar.
Estruturar processos garante que as tarefas sejam executadas com consistência e eficiência, melhorando a qualidade do trabalho e facilitando a comunicação com a equipe e o político.
O caminho para se tornar um social media político envolve estudo contínuo e capacitação prática.
A combinação de conhecimento técnico sobre o ambiente digital, compreensão da dinâmica política e o domínio de novas tecnologias, como a inteligência artificial, será o que diferenciará os profissionais que liderarão a comunicação política nos próximos anos.
O primeiro passo é entender que o trabalho vai muito além de simplesmente publicar conteúdo; trata-se de construir e proteger o maior ativo de uma figura pública: sua reputação.
Este artigo foi escrito por Gisele Meter - Consultora especializada em marketing político e comunicação digital para mandatos. Criadora do Portal do Assessor, referência em estratégias de marketing político digital para vereadores, deputados e gestores públicos. Com experiência em dezenas de campanhas eleitorais e mandatos, Gisele ajuda políticos a fortalecerem sua presença digital e ampliarem seu alcance por meio de estratégias de marketing político comprovadas.




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