Como usar datas sazonais na comunicação política
- Estratégia Parlamentar
- 28 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jul.

Depois de ler este texto, você nunca mais vai olhar para conteúdo de data sazonal do mesmo jeito.
Porque criar esse tipo de post só porque “todo mundo está fazendo” é um erro que pode custar caro em relevância, coerência e posicionamento.
Sim, é muito comum ver perfis políticos virando um grande calendário visual. Mas o conteúdo político não pode perder de vista a estratégia.
E para isso, antes de criar qualquer peça de data comemorativa, tem uma pergunta essencial que você precisa fazer:
Existe conexão real com as ações do mandato ou com os posicionamentos do político?
Se a resposta for não, você já tem a resposta sobre o post. Publicar um “feliz dia de…” sem contexto, sem vínculo com as pautas e causas defendidas, só vai fazer volume.
E pior: vai diluir o que o político tem de mais valioso que é a sua mensagem.
Claro, tem outras perguntas que ajudam a guiar essa decisão.
A segunda delas é: essa data pode gerar engajamento genuíno com o público que acompanha o político?
Aqui vale pensar não só em curtida, mas em comentários, salvamentos, compartilhamentos.
Existe uma oportunidade real de conversa? Se sim, ótimo.
Mas atenção: não adianta responder “sim” e entregar um post genérico com um card estilo 2020 dizendo “feliz dia”.
Isso a internet já não perdoa.
A escolha do formato também precisa ser estratégica. Dá pra transformar a data em conteúdo educativo, mostrando ações concretas.
Ou em algo mobilizador, que convide a base a se engajar num tema relevante.
Até mesmo em conteúdo mais autêntico, revelando valores pessoais do político.
É como um iceberg: a parte visível (o post) só faz sentido se estiver sustentada por tudo que está embaixo (as ações, o histórico, o propósito).
Por isso, datas sazonais precisam ser usadas com critério.
Outro ponto importante: datas que são pauta-base da atuação política devem estar presentes no feed. Simples assim. Porque quando não aparecem, o risco é de cobrança.
E esse tipo de erro pode custar confiança. O mesmo vale para datas de identidade regional e cultural que reforçam raízes e geram identificação.
Agora, datas de conscientização também são uma oportunidade poderosa. Se a causa está no centro da atuação política, a data vira ponto de conversa, e não apenas uma lembrança.
O erro mais comum nesse contexto é o excesso. Já peguei perfil de político que parecia um almanaque: todo dia uma nova data.
E mesmo depois de começar a consultoria, o político insistia em manter: “acho educado”, dizia ele.
Então o que fiz? Levei esse conteúdo para os Stories e para a lista de transmissão, e aos poucos limpamos o feed, sem romper com o que ele acreditava.
Estratégia também é isso: saber negociar.
Também é preciso fugir do conteúdo sem contexto. Um “feliz dia do semáforo” sem nenhuma reflexão sobre mobilidade urbana ou segurança no trânsito não faz sentido.
A publicação precisa ter intenção, profundidade, narrativa. E isso se reflete inclusive no design.
Aqueles cards antigos, carregados, datados, ficaram pra trás. Hoje, o formato precisa ser limpo, atual, eficiente.
E por fim, o cuidado com datas polêmicas. Se a decisão for abordar um tema sensível, que gere divisão de opiniões, é indispensável ter um roteiro bem amarrado.
Não se posiciona em polêmica sem estratégia. Porque o impacto, positivo ou negativo, vai vir. E ele precisa estar previsto.
A verdade é que data sazonal pode ser ferramenta de conexão, visibilidade e fortalecimento de imagem desde que usada com responsabilidade.
Sem exagero, sem apelo vazio e, acima de tudo, com coerência com a atuação política.
Se não tem conexão, melhor deixar passar. Se tem, aproveita. Mas aproveite com estratégia.
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