Como usar o WhatsApp na sua estratégia de comunicação política
- Gisele Meter

- 1 de mar. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de nov.

Saiba o passo a passo para usar o WhatsApp na sua Estratégia de Comunicação Política.
O WhatsApp se consolidou como a plataforma de comunicação mais utilizada no Brasil, com 93% da população brasileira sendo usuária ativa do aplicativo.
Esse alcance transformou a ferramenta em um canal direto e indispensável na estratégia política digital, permitindo que políticos e suas equipes alcancem e mobilizem eleitores de maneira instantânea.
Contudo, para além da presença, o uso estratégico do aplicativo exige planejamento, conformidade com a legislação e uma execução cuidadosa para construir relacionamentos mais próximos e que podem virar voto ou defensores do projeto político.
Uma das funcionalidades mais exploradas são os grupos de discussão, que permitem à equipe de um político compartilhar informações e debater ideias em um ambiente controlado.
Esses grupos são especialmente úteis para organizar ações locais e conectar-se com apoiadores em nível comunitário.
Estudos acadêmicos sobre as eleições de 2018 demonstraram que grupos privados no WhatsApp foram decisivos na organização de campanhas e no engajamento de simpatizantes.
No entanto, a ferramenta mais indicada para a comunicação em escala e a construção de uma base sólida são as listas de transmissão, que permitem o envio de mensagens para um grande número de contatos de forma individual, preservando a privacidade dos destinatários.
É preciso reforçar que o WhatsApp possui políticas rígidas contra o envio de mensagens em massa, e o desrespeito a essas regras pode levar ao banimento do número.
A comunicação via WhatsApp deve ser sempre consentida, e o envio de conteúdo só deve ocorrer para contatos que autorizaram o recebimento.
Em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Estratégia de 6 passos para o uso do WhatsApp na comunicação política
Para implementar uma estratégia de comunicação no WhatsApp que seja ao mesmo tempo eficiente e ética, é preciso seguir um roteiro bem definido. A tabela abaixo detalha um plano de ação em seis passos, desde o planejamento inicial até a manutenção do canal de comunicação.
Passo | Ação | Descrição detalhada |
1 | Definir a estratégia de comunicação | Estabelecer os objetivos, o público-alvo e a mensagem central. Com base nisso, decidir entre o uso de grupos, listas de transmissão ou atendimento individualizado para alcançar os eleitores desejados. |
2 | Organizar a base de contatos | Manter uma lista atualizada de contatos que consentiram em receber mensagens. A equipe deve segmentar essa base por critérios como região, cidade ou áreas de interesse para garantir o envio de conteúdo relevante. |
3 | Criar um calendário de envios | Desenvolver um cronograma para o envio de mensagens, com frequência definida (semanal, quinzenal), para manter os eleitores informados sobre agendas, projetos e ações, sem sobrecarregá-los. |
4 | Estruturar a gestão de respostas | Ter uma equipe preparada para gerenciar as respostas, respondendo a perguntas e feedbacks de forma ágil. Uma resposta rápida e transparente demonstra que o eleitor é ouvido e valorizado. |
5 | Variar os tipos e formatos de conteúdo | Diversificar o conteúdo enviado, alternando entre textos, imagens, vídeos e áudios. Enviar atualizações sobre o mandato, convites para eventos, prestações de contas e pesquisas rápidas mantém o interesse do público. |
6 | Respeitar as políticas de privacidade | Garantir que toda a comunicação obedeça às políticas do WhatsApp e à LGPD. Isso inclui obter consentimento explícito para o envio de mensagens e assegurar a proteção dos dados dos contatos. |
A importância da gestão de respostas
Um dos pontos mais sensíveis na comunicação via WhatsApp é a gestão das respostas. É preciso ter uma equipe preparada para responder às perguntas de forma ágil, a fim de manter a transparência e a confiança de cada pessoa.
Até mesmo as mensagens de caráter assistencialista devem ser respondidas. Embora possa ser desconfortável, a resposta deve ser honesta e educativa, explicando o verdadeiro papel do político e da lista de transmissão.
É importante lembrar que o assistencialismo praticado por um político pode configurar crime eleitoral, e educar o eleitor sobre isso também faz parte de uma comunicação responsável.
Conteúdo que engaja e informa
Para manter o interesse dos eleitores, é preciso variar os tipos de conteúdo.
Mensagens personalizadas geram engajamento; as robotizadas afastam o público.
A estratégia de conteúdo deve ser planejada para fortalecer a mensagem que o político deseja transmitir. Alguns dos formatos que apresentam melhores resultados são:
Atualizações do mandato: informações sobre projetos de lei, votações e ações de fiscalização.
Prestação de contas: divulgação de emendas parlamentares destinadas e resultados alcançados.
Convites para eventos: chamadas para audiências públicas, reuniões e eventos na comunidade.
Notícias de interesse local: informações relevantes sobre obras, serviços e melhorias na região do eleitor.
Pesquisas rápidas: Enquetes para ouvir a opinião da base sobre temas específicos.
Ao seguir esses passos, os políticos podem utilizar o WhatsApp de forma organizada em suas estratégias de comunicação, alcançando e mobilizando pessoas de forma mais próxima e personalizada. O aplicativo se torna um canal para prestar contas, mostrar transparência e construir uma relação de confiança com a população.
Este artigo foi escrito por Gisele Meter - Consultora especializada em marketing político e comunicação digital para mandatos. Criadora do Portal do Assessor, referência em estratégias de marketing político digital para vereadores, deputados e gestores públicos. Com experiência em dezenas de campanhas eleitorais e mandatos, Gisele ajuda políticos a fortalecerem sua presença digital e ampliarem seu alcance por meio de estratégias de marketing político comprovadas.




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